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PNL, Implicação Verbal

Steve Andreas

Implicação Verbal

A implicação é uma das maneiras mais comuns de inconscientemente dar sentido aos eventos da vida cotidiana. A declaração de um falante implica algo que o ouvinte infere. A implicação foi usada extensivamente e deliberadamente por Erickson, como mostrado nos exemplos a seguir (alguns parafraseados) com a implicação entre parênteses:


“Você não quer discutir seus problemas nessa cadeira. Você certamente não quer discuti-los de pé. Mas se você mover sua cadeira para o outro lado da sala, isso lhe dará uma visão diferente da situação, não é? (A partir desta posição diferente, você vai querer discutir seus problemas.)


“Eu certamente não espero que você pare de fazer xixi na cama esta semana, ou na próxima, ou este mês.” (Eu certamente espero que você pare em algum momento.)


“Sua mente consciente provavelmente ficará muito confusa sobre o que estou dizendo.” (Sua mente inconsciente entenderá completamente.)


Examinando esses exemplos, podemos começar a generalizar sobre a estrutura da implicação.


  1. Há uma presunção de uma divisão mental categórica que geralmente é um “ou/ou” – aqui/ali, agora/depois, consciente/inconsciente, etc.

  2. Essa divisão categórica pode existir no espaço, no tempo ou nos eventos (matéria e/ou processo).

  3. Uma afirmação feita sobre metade da divisão ou/ou (frequentemente usando negação) implica que o oposto será verdadeiro para a outra metade.


Olhe para trás para verificar se esses três elementos existem em cada exemplo acima.


Uma vez que a implicação é muitas vezes confundida com a pressuposição (que Erickson também usou extensivamente), é útil contrastar as duas. As pressuposições foram bem estudadas por linguistas, e 29 “ambientes sintáticos” diferentes para pressuposições em inglês foram identificados. (Veja o Apêndice aos Padrões das Técnicas Hipnóticas de Milton H. Erickson, MD Volume I, (pp. 257-261). área muito útil para examinar com muito mais detalhes.


Pressupostos

  • Pode ser identificado de forma inequívoca pelo exame de uma declaração por escrito. A maneira mais simples de identificar pressuposições é negar toda a afirmação e observar o que ainda é verdadeiro.


Por exemplo, "Fico feliz que você tenha a capacidade de mudar de forma rápida e fácil". Negado, isso se torna: “Não estou feliz que você tenha a capacidade de mudar rápida e facilmente”. Apenas a alegria é negada, o resto da frase “Você tem a capacidade de mudar rápida e facilmente” permanece verdadeira.


  • Geralmente são aceitos passivamente de forma inconsciente.


  • Geralmente são processados ​​e respondidos inconscientemente, mas podem ser identificados conscientemente e desafiados. “Você está pressupondo que eu tenho a capacidade de mudar rápida e facilmente, e eu discordo.”


Implicações

  • Não pode ser identificado inequivocamente pelo exame de uma declaração verbal.


Por exemplo: “Claro, é difícil mudar rápida e facilmente em sua vida cotidiana”. (Será fácil mudar de forma rápida e fácil aqui no meu escritório.)


  • São gerados pelo ouvinte inferindo, usando suas suposições e visão de mundo.


  • São quase sempre processados ​​e respondidos inconscientemente. Embora possam ser identificados conscientemente, eles não podem ser desafiados da mesma forma que as pressuposições podem, porque não existem no enunciado. Se um cliente dissesse: “Você está dizendo que posso mudar de forma rápida e fácil aqui em seu escritório?” é fácil responder: “Não, eu só disse que é difícil mudar rápida e facilmente no seu dia a dia, não é verdade?”

Resumo

As implicações são muito mais sutis do que as pressuposições, são geradas ativamente pelo processo de inferência do ouvinte, são tipicamente processadas de forma totalmente inconsciente e não podem ser contestadas.


Criando e entregando implicações (um algoritmo)

  1. Resultado. Identifique seu resultado para o cliente, o que você quer que aconteça. (Exemplo: O cliente falará livremente sobre seu problema.)

  2. Oposto. Pense no oposto desse resultado (não falar livremente; manter a informação em segredo, etc.)

  3. Qualquer/ou Categoria que use espaço, tempo ou eventos (matéria/processo) como forma de dividir o mundo em duas categorias (aqui/lá, agora/depois, consciente/inconsciente).

  4. Sentença. Aplique o oposto do seu resultado à categoria contextual que não está presente (aí, então, outro) e crie uma frase que implique o resultado que você deseja que o cliente infira.

Espaço

“Na sua vida fora deste escritório, tenho certeza de que você se sentiria desconfortável falando sobre assuntos particulares.” (Aqui no escritório, você pode se sentir à vontade para falar sobre qualquer coisa.)


“Se você estivesse conversando com alguém no trabalho, haveria muitas coisas que você não gostaria de discutir.” (Aqui você pode falar sobre qualquer coisa.)


Tempo

“Na primeira sessão comigo, sem dúvida, houve certos assuntos que você não se sentiu à vontade para divulgar.” (Nesta sessão, você pode se sentir à vontade para divulgar qualquer coisa.)


“Em sua terapia anterior, você pode não estar disposto a falar sobre certos eventos que foram relevantes para o seu problema.” (Agora você está disposto a falar sobre esses eventos.)


Eventos

“Quero que você pense cuidadosamente sobre quais assuntos não são relevantes para o problema e que você gostaria de manter inteiramente para si mesmo.” (Você pode falar livremente sobre qualquer coisa que seja relevante para o problema.)


“Em seu estado normal de vigília, é claro que há tópicos que você ficaria muito relutante em discutir comigo.” (Em transe, você pode facilmente discutir qualquer assunto.)


Outra forma de pensar sobre esse processo é que a preocupação, objeção ou relutância do cliente seja totalmente reconhecida, ao mesmo tempo em que é colocada em um contexto diferente (lugar, tempo ou evento) onde não interferirá no seu resultado . Implicações também podem ser transmitidas não-verbalmente, e como Erickson também fez grande uso disso, será o tema de um segundo artigo.

* Originalmente publicado em Milton H. Erickson Foundation Newsletter, Vol. 23, No. 1, Primavera de 2003, p.14



Editor: Charton Baggio é instrutor certificado de PNL, possui mais de 30 anos de experiência na prática da Programação Neurolinguística, com ampla formação no Brasil e exterior.


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